Vinicius Torres Freire/Regra para sacar FGTS pode mudar

Por 23 de junho de 2017Jornal da Gazeta

Sabe aquele seu dinheiro do FGTS, do Fundo Garantia, que as pessoas podem sacar em caso de demissão, com aquela multa de 40%? Então. Pode não ser mais assim. O governo está em uma pindaíba tão desesperadora que pensa em mudar as regras do saque do Fundo para poupar um dinheiro. Para pagar menos seguro-desemprego. Isso vai causar revolta feia, em um ambiente que já está pesado. A coisa está sendo chamada de confisco. Qual é a ideia?
Em caso de demissão, o trabalhador receberia apenas parte do Fundo, a princípio. Receberia três parcelas, uma por mês, no valor do salário que acabou de perder. Enquanto isso, não poderia pedir o seguro-desemprego. O governo deixaria de gastar esse dinheiro.
Caso o trabalhador não arrume emprego depois de três meses, pode pedir o seguro-desemprego e receber o resto do Fundo, se tiver resto.
Caso o trabalhador arrume emprego antes dos três meses, pode receber também o resto do Fundo.
Ou seja, o governo não quer ficar com o dinheiro do FGTS, que no final das contas é do trabalhador. Mas quer dar um jeito de evitar o pagamento de seguro-desemprego.
Isso já está certo? Não. O jornal “O Globo” deu a notícia de que o governo estuda a medida. Hoje, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles confirmou que está pensando no assunto.
Atualmente, o governo federal gasta mais de R$ 35 bilhões por ano com seguro-desemprego, mais que a despesa com o Bolsa Família, por exemplo.
O governo vai conseguir poupar muita coisa, assim? Os estudos ainda não estão prontos, mas o desespero é grande, por qualquer trocado.
Faz quase quatro anos, o governo está na pindaíba, gastando mais do que arrecada. A receita de impostos caiu violentamente em 2015 e 2016.
Neste ano, mal se recupera, porque a economia mal se recupera. O dinheiro que entra é de recursos extraordinários, que não se repetem a cada ano.
Se o governo não conseguir reduzir o déficit, corre o risco de ter de pagar juros mais caros para financiar o buraco, o que afeta a economia inteira. Se não conseguir arrumar o dinheiro extra, vai partir para o aumento de imposto.
A coisa está tão feia que o governo está apelando para essa medida que deve causar revolta nos trabalhadores, pelo menos os que tem carteira assinada, que contam com a ajudazinha do FGTS.

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