Denise Campos de Toledo/ Mercado de trabalho em recuperação

Por 17 de julho de 2017Jornal da Gazeta

Fragilizado pela situação política e pelo próprio andamento da economia, o governo sempre tenta aproveitar dados melhores. Esquece o desequilíbrio fiscal, o baixo nível de investimentos. Agora, esses dados do mercado de trabalho são positivos. Não tanto pelo número de vagas abertas que é muito baixo diante do contingente de desempregados, que chega a 13 milhões e 800 mil segundo a PNAD do IBGE. Mas por mostrarem a tendência de recuperação do mercado de trabalho. Mesmo que esse saldo de junho tenha sido garantido, principalmente, pela agricultura, no semestre, até a indústria teve saldo positivo. A recuperação é bem gradual, mas o quadro é melhor que um ano atrás, quando só se falava em recordes de demissões. Agora tem essa geração de emprego formal, pequena, mas tem. Também de empregos informais, tanto que a PNAD mostrou uma leve redução do número de desempregados, por causa disso. E o rendimento médio, assim como a massa de salários, cresceu. Claro que para quem está desempregado nada disso importa, porque ainda está no pior dos mundos. E tem muita gente procurando emprego há muito tempo ou vivendo de pequenos serviços, na precariedade. Mas, para quem está empregado, a inflação mais baixa já começa a ajudar até na recuperação do poder de compra, principalmente, por facilitar a negociação de reajustes em percentuais um pouco maiores, em termos reais. Na fase de recessão pesada boa parte das categorias sequer teve reajuste. Ficava sem aumento e com o custo de vida em alta. Essa recuperação salarial junto com o pequeno aumento da oferta de vagas ajudam a melhorar o ambiente pra retomada da atividade. Retomada que também está sendo fraca e, até por isso, não se pode esperar reação mais firme do emprego. Porém, é bom lembrar que alguns indicadores apontam para a possibilidade de o segundo trimestre ter tido retração do PIB, com nova crise política, pós delação da JBS e, mesmo assim, os dados do Caged vieram positivos. Eu volto na quinta. Até lá.

Deixe uma resposta